Monday, November 20, 2006

AUTO PARA MARIA - CORDEL DE AMOR

O espetáculo é uma viajem por costumes, histórias e tradições do folclore brasileiro e tem ,ainda, como condução do enredo, sutis reflexões tecidas acerca da condição do brasileiro.
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Em uma pequena cidade do interior Brasil é dia de festa, dança-se a ciranda, e então Maria é abordada pela Pomba do Divino (Festa do Divino), que a convoca a apresentar-se ao “anjo menino”. Na mesma noite, José, declara seu amor a Maria e promete lhe ser fiel, entregando-lhe o coração, a sorte e o destino.

A abordagem do pássaro à Maria faz-se à moda de brinquedo encontrado em várias histórias da cultura popular brasileira: Maria não aceita colocar sua mão em laço cor de rosa que o pássaro lhe oferece. Esta, após tentativa do pássaro com fitas de outras cores, aceita o convite ao lhe ser oferecida fita de cor dourada.

Maria chega à morada do anjo ao entardecer, (após uma viajem pontuada por dança de arcos de flores de congada) lá, um tesouro lhe é entregue: Uma abóbora, fruto irmão da rosa e primo do melão. Maria deve guardar a abóbora em segredo até madurar, pois dentro desta dorme o tesouro mais lindo. O Anjo lhe indica o caminho a seguir. Em terras onde é fértil o pinhão, a abóbora deverá brotar e o segredo será revelado.

José vem ao encontro de Maria com sua “Mulinha de Ouro” (folclore de bumba-meu-boi – Minas Gerais) e juntos, os personagens iniciam uma viajem pelo Brasil.

Em sua viajem, José e Maria deparam-se com inúmeras figuras do folclore e da cultura popular brasileira, como o Caipora (que entrega a Maria um som mágico ao qual ela deve tocar quando de ajuda precisar), o maldoso Cazumbá (figura da festa de boi), a Iara ou Mãe D´água,que, sob as águas do Rio Amazonas entrega a José um Muiraquitã (pequeno sapo de Jade esculpido pelas amazonas – símbolo de boa sorte, longevidade e hospitalidade) a fim de que o mesmo encontre sempre porta aberta em sua jornada de amor, Figuras de Reisado (três meninos – Pedintes de Reis), a Ciganinha do Egito (figura do folclore de Pastoril) e devotos do Círio de Nazareth, entre outros.

Todo o texto é pontuado por músicas colhidas do cancioneiro popular brasileiro, entre elas: cirandas, coco, músicas de reisado, fandango, de pastoril, dança de fitas, marchinha de carnaval, frevo, congada, etc.

Durante a viajem, o casal pega uma carona com figuras do folclore da festa de Chegança, onde três marinheiros conduzem a “Nau Catarineta” ao Sul do Brasil, lá onde o tesouro deverá se revelar.
Ao chegar ao sul o tesouro se revela: dentro da abóbora dorme um lindo bebê. O segredo guardado é o ser humano, suas dores e paixões.
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O TEXTO

Todo escrito em cordel de onze sílabas, (mesclando os estilos galope à beira-mar e gabinete), o texto, de Paula Giannini, aborda tradições ligadas a festas populares brasileiras, fazendo um passeio pelo folclore de todo o território nacional; abordando a realidade brasileira, sem situar a cena regionalmente,e, tecendo , ainda, uma delicada crítica social, ao abordar questões como a necessidade da fé, a fome, a simplicidade do povo, a condição e o sofrimento humanos.

A peça aborda tradições populares como O Reisado, Congada, Pastoril, Dança de fitas, Sírio de Nazareth, Ciranda, Fandango, Marujada, Figuras do folclore, crenças, Bumba-meu-boi, Festa do Divino, etc.

A TRAMA

“Maria”, uma menina do interior do Brasil é convocada pela “Pomba do Divino” (Festa do Divino) a encontrar um anjo que lhe confia uma grande missão: Levar em segredo um tesouro que deverá se revelar nas terras onde é farto o Pinhão. Durante sua viajem ao Paraná, Maria e seu noivo José, que viajam em uma “Mulinha de Ouro”, (tradição do Bumba-Meu-Boi) encontram inúmeros personagens do folclore brasileiro e da cultura popular brasileira, entre eles o Caipora, Boi-Bumbá, Cazumbá, a Iara, figuras de Reisado, de Pastoril, Congada, Chegança, etc.

A peça é um musical em forma de folguedo, onde músicos e atores cantam e dançam músicas do cancioneiro folclórico brasileiro, danças colhidas da tradição e da cultura popular brasileira (dança de fitas, congada, reisado, ciranda, tambor de umbigada, coco, chegança, frevo, ciranda, marchinha, etc)

O Trabalho é baseado no trabalho de Pesquisa do Professor Inami Custódio Pinto (renomado folclorista paranaense, hoje o mais antigo folclorista em atividade no Brasil), em conjunto com a autora do texto (Paula Giannini) e o elenco da Palco Produções.


A DIREÇÃO

A direção, de Amauri Ernani, impinge um toque de intenso lirismo ao espetáculo, que, ágil e dinâmico, mescla a interpretação dos atores à música ao vivo.

O diretor optou, ainda, por inserir recursos de vídeo, ilustrando cenas e vivificando a história contada, conduzida através das tradições folclóricas brasileiras.
O espetáculo é concebido como “espetáculo festa”, mesclando momentos de dança e folguedo à cenas de intensa singeleza.
A MÚSICA

Ritmos brasileiros diversos mesclam-se, no espetáculo, à história contada, tais como: frevo, maracatu, fandango, congada, coco de embolada, ciranda, marchinha, etc.

A recriação musical é toda feita à partir do cancioneiro popular brasileiro.

CENÁRIOS, FIGURINOS E ADEREÇOS

Composições assinadas por Tony Lucas, deverão construir o figurino, baseado nas roupagens de reisado, com vívidos toques que aludem à religiosidade e à rica fé do povo brasileiro.

Assim, a composição, toda em algodão cru, é artesanalmente bordada com figuras de santos, fitas e rendas tingidas uma a uma, tendo cada um dos atores um trabalho em tons de cor específica.

Os adereços, de Andreza Crocetti, transformarão os atores em personagens diversos, através de máscaras, adereços de cabeça, colares, estandartes, etc. Todos baseados nas festas populares brasileiras, bem como em crendices do povo.
O artista plástico Haroldo Bramucci assina esculturas utilizadas como adereços, tais como a cabeça da “Mulinha de Ouro” e cavalos que deverão integrar o cenário.

No cenário, escadas enfeitadas com flores artesanais (flores confeccionadas por Marília Rydlewski) compõem a cena, emolduradas por dois tapetes verticais, cujos desenhos homenageiam os tapetes de serragem de Corpus Crhisti. Tais tapetes serão construídos artesanalmente em retalhos amarrados, à moda do artesanato nordestino.

A ILUMINAÇÃO

Assinada por Adriano Fabrício, impõe vívidas cores ao cordel, criando momentos e ambientes oníricos, pintando a cena com extrema beleza plástica. A idéia é situar regionalmente, através das cores da luz a viajem dos personagens através do Brasil.

TRILHA SONORA

Além das músicas do cancioneiro folclórico brasileiro, captadas e recriadas por Amauri Ernani, que insere toques e efeitos que transportam a cena, cruamente brasileira, a imagética de sonho e mistério.

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